sábado, 4 de agosto de 2012

Probabilidade zero!


Dizem os cientistas que o universo resultou de um big-bang há 14 mil milhões de anos e que o nosso planeta foi criado há cerca de 4,5 mil milhões de anos. Entre as mais de 170 mil milhões de galáxias estimadas, não se encontrou até hoje qualquer forma de vida semelhante à nossa. Desde violentas explosões e choques entre asteróides, radiação destruidora, desde planetas que de dia aquecem a 500ºC e de noite arrefecem a 300ºC negativos, de tudo se tem encontrado por esse universo fora. A probabilidade de existir neste infinito universo um planeta com o nosso tipo de ambiente, estável há milhares de anos sem grandes incidentes astronómicos, é praticamente nula pois as variações possíveis de temperatura, pressão, gravidade e radiação são também infinitas. Podemos dizer que a probabilidade da Terra existir é nula. No entanto, temos todos os dias o prazer de assistir ao milagre da sua existência.

Nessa explosão de energia que deu origem a toda a matéria hoje conhecida, há infinitos planetas a girarem em torno de estrelas ou em torno de outros planetas, com as mais variadas orbitas e velocidades de rotação e translação. Mas, no meio dessa infinidade de movimentos há um planeta chamado Lua que, vejam só, tem o seu ciclo de rotação exactamente igual ao ciclo de translação e, por esse motivo, apresenta sempre a mesma face virada para a Terra. Qual a probabilidade disto ter acontecido? Zero. Mesmo assim temos o prazer de assistir a este milagre todos os dias. Ao longo de milhões de anos o homem só conhecia uma face da Lua e só, nos anos 60, durante as missões Apollo se conseguiu ver, pela primeira vez, a outra face do satélite terrestre.

Dizem os cientistas que dos vários biliões de espermatozóides produzidos por um homem ao longo da sua vida, apenas um número muito restrito atinge um óvulo e se transforma num outro ser humano. Um ou dois ou três consoante o número de filhos que você tiver. Isso quer dizer que a probabilidade de cada um de nós existir é praticamente zero. De biliões de potenciais seres diferentes que poderiam ter sido gerados pelos nossos pais ... apenas nós existimos. Foi este milagre que aconteceu e o qual podemos desfrutar todos os dias: a nossa existência terrena. O ser único quem somos.

O mesmo se aplica a todos os seres vivos gerados por esperma ou por pólen. É um verdadeiro milagre da natureza a existência de uma rosa e mais mágica ainda é a beleza de muitas delas.

Qual a probabilidade de encontrar um amigo seu, que já não vê há anos, numa rua de numa cidade de um país distante?
E se ao contar a um conhecido seu que alguém faz anos nesse dia, por coincidência, descobrir que esse seu conhecido faz anos nesse mesmo dia? Qual a probabilidade disto acontecer? Em milhares de pessoas que conhecemos como é que se recebe a informação de um aniversário de uma dada pessoa e a pessoa que está na nossa frente nesse momento, também faz anos no mesmo dia?
Uma coincidência é um fenómeno de probabilidade zero. Um milagre que, se estivermos atentos, acontece frequentemente na nossa vida todos os dias.

Qual a probabilidade de hoje a um ano estar sol e 30ºC de temperatura em Lisboa? Se tivermos em conta todos os milhões de eventos meteorológicos até lá chegarmos, chegamos à conclusão que a probabilidade é zero. No entanto assistimos a esse milagre muitos outros dias do ano e nem nos apercebemos do que está a acontecer.

Se lembrarmos todo o nosso processo de vida desde o nascimento até hoje, qual a probabilidade que dariam os nossos pais, na nossa infância, de estarmos na casa, no emprego e na situação em que hoje estamos? Provavelmente seria zero.

Muito do que acontece na nossa vida todos os dias são eventos de probabilidade zero, puros milagres e, o facto de acontecerem, deveriam merecer da nossa parte uma reverência a Deus e ao Universo de gratidão pela sua existência.

Deus é um poeta e, simultaneamente, um mágico.

Cruzamos por dia com milhares de criaturas improváveis de existir, animais, flores, plantas e pessoas, ouvimos músicas improváveis de criar, comemos alimentos únicos improváveis de terem sido gerados pela natureza até uma data completamente impossível de prever.

Nascemos numa data com probabilidade zero e morreremos noutra data com igual probabilidade zero também. Entre esses dois momentos de um tempo que também não existe, tudo à nossa volta é magico.


2 comentários:

  1. As probabilidades nao sao zero. Mesmo na mega-sena eh dificil de ganhar, mas a probabilidade nao eh zero. Por isso nao eh nenhum milagre.

    ResponderEliminar
  2. Da uma lida no Diabinho Azul Jocaxiano:
    http://www.genismo.com/religiaotexto32.htm

    ResponderEliminar