segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Angola é nossa!


Quando eu era jovem ouvia repetidamente esta frase: "Angola é nossa". E ai de quem ousasse dizer que não. Podia mesmo ser preso e torturado, qual herege ou traidor à Pátria.

Dizia-se que havia terroristas ou "turras" que queriam ser independentes, que matavam portugueses em Angola, e isso justificava um investimento brutal do Estado em equipamento e ações militares. Eu, na minha ingenuidade, não compreendia porque tinha que ir obrigatoriamente combater os turras quando chegasse aos 18 anos.

Li algumas coisas e ouvi algumas pessoas sobre o " contraditório" daquela célebre frase e pareceu-me que a guerra colonial não tinha qualquer sentido. Eu era assim uma espécie de "negacionista".
E não entendia como é que as mães e os pais deixavam ir os seus filhos para uma guerra de onde vinham cada vez mais inválidos, mortos ou nem chegavam a vir.
Nem como é que um Estado, criado para defender e proteger os seus cidadãos, os sacrificava, em nome de uma crença baseada numa história repetida vezes sem conta. E quanto mais dinheiro se investia na guerra mais necessidade todos tinham de reforçar a história "Angola é nossa" e continuar a sofrer. Um ciclo vicioso que eu não compreendia.

Hoje acho que compreendo. São os efeitos perversos do marketing. Levam uns quantos a ganhar milhões à custa do sofrimento irracional de muitos fãs.

Decorreram, nessa altura, uns 10 anos com muito sofrimento, com consequências que ainda hoje afetam muitos portugueses, para que chegasse o 25 de abril e a história mudasse radicalmente.

Angola torna-se independente!

Os culpados da "grande mentira" são julgados. E todos voltam a acreditar na história contrária. Mesmo os que defendiam radicalmente a primeira história viraram 180° a sua posição. E ai de quem disser o contrário! Agora já não vai preso mas é completamente desacreditado socialmente.

Essa e muitas outras histórias, como a do vírus mais famoso da história, merecem que se dê voz ao contraditório. Podemos poupar muito dinheiro e sofrimento. Alguns cientistas famosos, como a Dolores Cahill PhD, afirmam mesmo que não existe nenhuma pandemia, que os confinamentos de pessoas saudáveis são desnecessários e que os responsáveis deverão ser julgados pelos crimes que estão a cometer contra a humanidade.

Possivelmente Angola nem é nossa nem é independente. Digamos que essa história dos países é também mais uma que merece contraditório.

Porque o diálogo é a solução mais apaziguadora do medo. O pensamento único, as ditaduras, os fanatismos e a guerra trazem sempre mais sofrimento.

Porque Deus só criou um país:
O do amor.
Ele é um poeta.