quinta-feira, 14 de julho de 2016

O poder do observador

A consciência é um erro de software no comportamento robótico humano. Bem treinada, a mente consegue observar os seus pensamentos, emoções e sentidos físicos, tomando consciência das suas sucessivas repetições comportamentais. Estando um pouco acima do comportamento animal, o homem é capaz de observar-se e perguntar-se: Quem é este que pensa, sente e emociona-se? Quase sempre com as mesmas situações.

Longe de conseguir controlar todos os seus pensamentos, emoções e instintos, o homem é no entanto capaz de dissociar-se deles com algum distanciamento. Esse é talvez o seu maior poder. A consciência do ser (essência) e do ter (corpo-mente).
O animal vive o momento presente e reage roboticamente em função dos vários estímulos externos e dos programas (software, instinto) instalados na sua genética. O homem também consegue treinar a sua atenção plena (mindfulness) para acalmar o stress do passado ou do futuro e "animalizar-se". Mas mais poderoso é sempre o poder de observação de todas essas coisas sem se identificar com elas.

A física quântica dá uma explicação sobre a questão da influência do observador no resultado de uma experiência, dizendo que esse resultado depende da forma como se observa. Olhando de uma dada maneira, uma partícula atómica não é bem uma partícula mas sim uma onda. E tudo e todos somos feitos dessas partículas apesar de ser muito subtil o efeito que tem em nós esta lei da nova física.

A meditação, o silêncio e algumas músicas são,  provavelmente, as melhores ferramentas para se alcançar esse estado de observador neutro dos dramas que se desenrolam à nossa volta no dia a dia.

Mas é preciso ter a consciência leve para que essas práticas produzam efeito. Por isso deve começar-se pelo perdão. A si e aos outros. Pela mudança de percepção sobre muitas coisas que lhe tentaram impingir como pecados.

Retire a culpa do seu coração e desfrute desse bem humano supremo que é o poder de observação.