quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um país adiantado

Todos os cidadãos se levantavam antes do nascer do Sol para irem trabalhar ou estudar. Chegavam aos seus empregos ou escolas uma hora antes do horário. Isto para prevenir eventuais imprevistos no trânsito ou nos transportes públicos e, também, para poderem conviver um pouco com os seus colegas. Algumas empresas e escolas tinham aulas de ginástica, yoga ou outras actividades físicas com música, logo pela manhã, para motivar uma boa energia para o resto do dia.
Muitas reuniões começavam e terminavam antes da hora prevista. Muitas pessoas saiam das empresas ao fim do dia, antes do seu horário, porque conseguiam fazer tudo com grande produtividade. Quase não havia stress. Havia um respeito muito grande pelos outros seres humanos. No trânsito era onde mais se notava, pois ninguém protestava se alguém ia mais devagar a conduzir ou estava a impedir a normal circulação de pessoas e veículos.
Até para comerem, beberem ou divertirem-se eles chegavam sempre antes da hora.
Era mesmo um país muito adiantado !

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O caso Casa Pia

A Casa Pia de Lisboa foi fundada no dia 3 de Julho de 1780, no reinado de D. Maria I, por iniciativa de Diogo Inácio de Pina Manique, no contexto dos problemas sociais decorrentes do terramoto de 1755 que devastou a cidade de Lisboa.
Provisoriamente instalada no Castelo de S. Jorge recebeu crianças, órfãs e abandonadas, além de mendigos e prostitutas, em sectores diferenciados.
Atravessando mais de 2 séculos de história, a Casa Pia de Lisboa aposta hoje no futuro, com o objectivo último de servir melhor as crianças, os jovens e as suas famílias e de responder, de forma mais eficaz e eficiente, aos problemas do nosso tempo, prestigiando a sua História.

Este é um resumo do texto que se lê no site desta nobre instituição que, tanto tem feito pela educação moral e profissional de inúmeras crianças no nosso país, abandonadas pelos pais em circunstâncias tantas vezes incompreensíveis, imorais ou criminosas. A Casa Pia garante uma justiça genuína e subtil, a muitas crianças que, por vicissitudes várias da vida, se vêm sozinhas neste mundo. É mesmo um caso de sucesso.

Talvez por isso se tenha dado tanto relevo, nos últimos tempos, nas TVs, rádios e jornais, ao célebre caso de justiça desta Casa.

sábado, 4 de setembro de 2010

A floresta mágica e os fogos

A nossa floresta é realmente fabulosa. Árvores majestosas e frondosas, algumas seculares, dão-nos o oxigénio, a sombra e até a tranquilidade e a paz que tantas vezes precisamos. São elas que crescem desafiando a lei da gravidade e ligando a terra ao céu. São elas que suportam o equilíbrio dos ecosistemas de uma infinidade de seres vivos. São elas que abrigam mágicas energias subtis que nos transportam para estados de espírito de saúde e serenidade.
Esses seres imóveis e poderosos mostram-nos o quanto é possível fazer tanto pela vida sem sair do mesmo lugar. Rasgando e rompendo, lenta e silenciosamente, pela terra dentro, procuram a água e os sais minerais vitais para se alimentarem e, através da luz solar, convertem-nos em madeira, casca, folhas, frutos e oxigénio. Todos os dias do ano, com frio, vento, chuva e calor intenso, elas ali estão, estáticas, abanando de alegria as suas copas ao sabor da brisa e realizando o seu místico destino de ajudar a raça humana a sobreviver neste lindo planeta multicolor de predominância azul marinho. Há árvores, como por exemplo a oliveira, que chegam a durar vários séculos. Algumas oliveiras conheceram alguns dos nossos antepassados que nós nunca conhecemos. E ali continuam, no mesmo sítio, agora mais velhas mas ainda com mais trabalho que dantes, pois o ar está muito mais poluído. Mas elas não se importam. Não protestam. Não fazem greve. Não choram. Apenas estão. Apenas são. Apenas dão.
Há árvores de folha persistente que são verdes todo o ano. Há outras que amarelecem no Outono, ficam completamente despidas no inverno e depois, quando parecem quase mortas, eis que se dá o milagre da ressurreição em cada primavera com o aparecimento das primeiras folhas, flores e mais tarde os frutos.
Muitos animais têm uma forte relação com as árvores, seja para construir a sua casa ou o seu ninho, para se abrigarem, para se alimentarem ou, simplesmente para respirarem o seu ar. Por isso a floresta, além da melodia dos seus ramos a oscilarem com o vento, tem um outro som muito agradável proveniente do canto dos animais seus habitantes. Pássaros, cigarras, lobos, esquilos e veados, entre outros, são alguns dos elementos dessa grande orquestra sinfónica florestal que enche de alegria e tranquilidade os nossos ouvidos.
Cada árvore é um ser mágico que nos deve merecer o maior respeito e admiração. Fazer-lhes mal é fazer mal a nós próprios e todos os que mais amamos.
Por isso quando se cortam ou queimam árvores ou outros seres do reino vegetal, qualquer que seja o motivo, devíamos chorar emocionados a sua partida, reverenciá-los e agradecer-lhes a eles e a Deus pelo trabalho que realizaram e, logo a seguir, plantar novas árvores e plantas no seu lugar.
Aqueles que fazem mal às árvores registam na sua memória e na sua consciência pesos que irão carregar por toda a sua vida. E mais do que matar, essa culpa impede as pessoas de viver bem com a vida durante muito tempo. Mas é um problema deles.
Aos que, como nós, gostam da vida, do ar puro e da floresta compete-nos apenas plantar, regar e cuidar cada vez mais e mais árvores.
Passar na televisão a floresta a ser cortada ou a arder é uma perca de tempo pois dá alguma importância, por alguns dias, a quem não gosta das árvores.
Passar na televisão imagens das grandes e bonitas florestas que temos na nossa Terra é uma enorme alegria para a alma e assim, usamos o nosso precioso tempo, prestando uma merecida homenagem a quem realmente tem valor: As nossas muito queridas e amadas árvores.
Bem hajam por existirem ! Nós vos amamos.