domingo, 25 de julho de 2021

Sumol de laranja não é sumo de laranja

Bebi Sumol de laranja durante muitos anos. E gostei. Mas depois de perceber que só 10% deste fantástico refrigerante é que é laranja e que o resto não é muito aconselhado para a saúde, especialmente na minha idade, deixei de beber.

O "l" a seguir ao Sumo perde-se na leitura do rótulo, a palavra "original" por cima ainda confunde mais. E somos levados a acreditar que estamos a beber sumo de laranja a sério. Além disso, por repetição audiovisual em todo o tipo de meios de propaganda o nosso cérebro acredita mesmo que é sumo. A programação do nosso subconsciente não é controlada por nós, sobretudo quando vivemos em piloto automático a maior parte do tempo (diz a ciência que é cerca de 90%).

É assim que funciona o marketing. Por efeito estatístico, mesmo que alguns resistam, uma grande percentagem vai consumir um produto ou acreditar nalguma coisa que seja repetida dias a fio em todos os locais para onde viramos a nossa atenção. TV, rádio, jornais, internet,... E muito do que se repete é verdadeiro mas muito outro conteúdo tem pouco ou nada de verdade.

Há quem me diga: "Oh! Mas isso é publicidade, as pessoas sabem que não estão a beber sumo de laranja!". Eu digo: Não! Não sabem mesmo! Se soubessem mesmo não bebiam.

Água e dióxido de carbono, açúcar, reguladores de acidez: ácido cítrico, ácido málico e citrato de sódio, aroma, Estabilizador: Goma arábica, antioxidante: ácido ascórbico e edulcorante: sucralose, e, vá lá, 10% sumo e polpa de laranja proveniente de concentrado

Este efeito pernicioso do marketing levou-nos a acreditar nos últimos tempos em coisas que me parecem não fazer muito sentido, algumas que nem acreditávamos anteriormente. E são poucos os que as questionam. Aliás algumas crenças ficam tão profundamente enraizadas que uma parte da sociedade se junta para apedrejar quem ousa levantar alguma dúvida. Espero que não seja o meu caso.

Novo

Os Coronavírus são conhecidos desde 1960. Sabe-se que o vírus SARS-Cov-2 é um variante do SARS que por sua vez teve origem no morcego em 1986 e foi identificado em 2002. O Cov-2 está identificado oficialmente pelo menos desde finais de 2019 embora haja quem diz ter provas de que este vírus é conhecido há mais de 20 anos (a história julgará se isto é verdade). Porquê repetir a palavra "novo" ainda todos os dias? Qual o efeito que isso tem no subconsciente humano? E no negócio da saúde?

Variante

Esta família dos virus respiratórios é mutante. Sempre foi. Por isso a baixa eficácia das vacinas que já existem desde meados do século passado. Chamar variante a uma coisa que varia por natureza tem também um efeito específico em nós: Medo. Mas variante não é sumo, é sumol.

Caso

Todos os dias há mais de um ano, ouvimos esta palavra exaustiva e repetidamente. E associamos a doente. Mas um "caso" não é um doente. É um suspeito. E quantos mais testes se fizerem mais suspeitos surgirão. Como valor absoluto não tem qualquer sentido, Apenas como valor relativo, associado ao número de testes, certo? E associado também à eficácia dos mesmos. Além disso se a fiabilidade do teste de gravidez fosse igual à do teste RT-PCR ainda o Cristiano Ronaldo, um dias destes, era anunciado como estando grávido. Por isso "caso" não é sumo de laranja, é sumol.

Vacina

A ideia de reforçar o nosso sistema imunitário artificialmente é uma ideia fantástica que tem sido muito importante para a saúde pública mundial. Mas o sistema imunitário já pode ser forte por natureza, já pode reconhecer e atacar como impróprios certos patogénicos ou, por contágio ligeiro adquirir essas forças. Para toda a vida. A imunidade de grupo foi assim que sempre funcionou.

Uma coisa que se toma ou injecta mas que apenas torna a pessoa mais forte e menos doente em caso de infeção chama-se xarope, certo? Um "vacina" que se tem que se tomar todos os anos e que não cria imunidade para toda a vida não parece sumo. Parece sumol.



Pandemia

Em seis meses, com a gripe espanhola, 25 milhões de pessoas estavam mortas (algumas estimativas apontam que esse número seja duas vezes maior). A epidemia desapareceu por mistério ao fim de 18 meses. A população mundial que era na altura de aproximadamente 2 mil milhões, estagnou um pouco.

O Covid-19 dizem que matou 4 milhões desde o início (cerca de 18 meses) dos 100 milhões que morreram no mesmo período e dos quase 8 mil milhões que habitam connosco esta esfera. Na China, um país com 1400 milhões de habitantes, dizem que matou 4.636 pessoas e, mesmo na Índia com uma população idêntica, registaram 419.021 óbitos. A população mundial, com mais ou menos confinamentos, aumentou o habitual anual, cerca de 80 milhões de pessoas a mais. O que é esta pandemia afinal? Sumol ou sumo?

Sustentabilidade planetária, económica e social

Todas estas palavras acima mencionadas que têm vindo a ser repetidas exaustivamente nos últimos tempos, não parecem ter muito sentido lógico quando se pensa nelas em profundidade. 

Podem, no entanto, ter um sentido nobre numa campanha gigante de marketing desenhada para resolver um problema de insustentabilidade planetária, de insustentabilidade dos seguros de vida e dos apoios sociais governamentais, para travar a destruição exponencial de recursos e até para travar o crescimento da economia e da população ou, qiuem sabe, atenuar os eventos extremos climáticos.


Talvez tenha sido o melhor método que se encontrou para, de uma forma dissimulada, tentar resolver um grave problema que se suspeita possa por em causa a sobrevivência da espécie humana. Pelo menos de alguns. Será?

Mas, mesmo assim, podia ser feita noutro sentido, de outra maneira. Promovendo o sumo de laranja verdadeiro. E não desta forma enviezada de promoção de coisas que só parecem ser 10% verdadeiras. Será que assim é mais lucrativo (para alguns)?

O marketing é realmente espetacular quando é usado para fins nobres. Mas, quando é usado para o mal pode ser mesmo muito demoníaco.

Dizem que os dados retratam a verdade e que devemos seguir a ciência. Mas neste caso e em muitos outros o marketing devora os dados e a ciência ao pequeno almoço. Mesmo depois de sabermos que um sumo é apenas 10% ou que o tabaco mata, continuamos roboticamente a consumir. Quando alguém fica convencido de uma coisa rejeita de imediato tudo o que lhe possa trazer insegurança.

Talvez porque não acredita em Deus. Nem na sua poesia.