sábado, 12 de fevereiro de 2011

Telómeros, meditação e juventude eterna

Três cientistas premiados com o Nobel da Medicina em 2009, descobriram algo verdadeiramente espectacular que parece ser o segredo da vida eterna. Descobriram que o envelhecimento está relacionado com o comprimento dos telómeros, as extremidades dos cromossomas, onde residem as cadeias de DNA que compõem todas as nossas células. Imagine que os telómeros são assim como que a ponta dos atacadores de um sapato. A sua função é impedir que o atacador se desfie e perca a sua vitalidade ao passar pelos furos do sapato. Descobriu a ciência que, à medida que as células se vão reproduzindo, ao longo da vida, os telómeros vão encurtando. Cada vez mais frágeis, um dia desfazem-se e as células já não conseguem reproduzir-se. De uma forma simplista este é o mecanismo que provoca o envelhecimento das células e de todos os seres vivos em geral. Quanto mais fortes e compridos forem os telómeros mais vitalidade têm as células, o respectivo tecido e o ser vivo onde moram. Verificou-se que a lagosta, por exemplo, é uma animal com uma longevidade enorme e as suas células têm telómeros muito longos.

Estes cientistas foram ainda mais longe e descobriram que uma enzima chamada telomerase permite fazer a síntese dos telómeros e assim aumentar o seu tamanho. A telomerase parece ser pois a tal substância tão procurada há séculos: o elixir da eterna juventude. Comprova-se hoje, em laboratório, que as células tratadas com esta enzima, parecem reproduzir-se eternamente. Há quem chame a estas experiências de "Brincar de Deus" ou Playing God pois a ciência parece estar a tratar de perto com o fenómeno da vida eterna.

Tudo parecia correr bem quando uma nova descoberta veio colocar tudo isto em causa: A telomerase é uma substância extremamente perigosa pois acelera vertiginosamente o desenvolvimento das células cancerosas. Sabemos que no processo de reprodução celular algumas células degeneram em células defeituosas ou cancerosas. O sistema imunitário está normalmente preparado para atacar estas células à nascença e manter o equilíbrio celular dos tecidos mas, na presença da telomerase, a luta torna-se mais difícil. Então o que se passa é que, através da injecção da telomerase num corpo há uma correlação perigosa entre o rejuvenescer das células e o risco de cancro galopante. A substância que consegue prolongar a vida é a mesma que faz acelerar da morte.

Fizeram-se então outras experiências no sentido de entender melhor a correlação entre o tamanho dos telómeros e a juventude e comprovou-se que o stress, por exemplo, faz diminui-los e que a meditação, pelo contrário, faz aumentá-los. É verdade ! Aumentá-los ! A meditação contribui decisivamente para a nossa juventude celular. Um fenómeno degenerativo que parecia irreversível aos bioquímicos, afinal é reversível em certa escala, através de terapias naturais. Pesquisa-se hoje intensivamente sobre a correlação dos telómeros com diversas doenças. Procura-se também saber mais sobre os efeitos que as diferentes formas de vida têm na vitalidade dos telómeros e, consequentemente, na vida de todos nós. A música, por exemplo, parece também ter um efeito positivo sobre as extremidades dos nossos cromossomas. A nota Dó está associada à frequência de 528Hz que, de acordo com o Dr. Len Horowitz e o Dr. Puleo, parece ter um efeito reparador do DNA. O exercício físico moderado, as dietas equilibradas, o carinho, as massagens, o namoro, o sexo, o riso, um trabalho apaixonante, um bom sono e o ar puro são outras das coisas que parecem ter efeitos científicos comprovados sobre a juventude das nossas células e a ausência de doenças degenerativas.
Tudo aponta que nos próximos anos consigamos melhorar ainda mais a qualidade de vida de todos nós, especialmente dos mais idosos. A ciência do século passado conseguiu aumentar a esperança de vida. A ciência deste novo século parece estar a conseguir aumentar ainda um pouco mais essa esperança de vida mas, acima de tudo, há a certeza de que conseguimos melhorar a sua qualidade.

Esta descoberta vem mudar radicalmente algumas certezas que tínhamos até agora mas uma coisa continua certa: a morte. Talvez porque ela é a forma que a natureza tem para gerar nova vida. A juventude eterna, essa, dizem os cientistas, é algo restrito apenas a tecidos de laboratório. Para os seres vivos continua ainda no segredo dos deuses e nos domínios da ficção científica.

Quem fez tudo isto foi certamente ... um grande engenheiro mas também ... claro está ... um grande poeta !
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Vídeo1 parte2 parte3 (Elizabeth Blackburn, prémio Nobel)
Vídeo2 parte2 (Cynthia Kenyon)
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